Na manhã de 11 de março de 2023, a canadense especialista em voos de baixo custo com sede em Edmonton e no aeroporto de Toronto-Pearson viu o seu programa alterado de surpresa. Dezenas de passageiros viram os seus planos para esta semana de férias afetados por cancelamentos de voos, na sequência da “indisponibilidade” de quatro dos seus 19 Boeing 737 MAX 8 e três 737-800) devido a uma “disputa comercial”.
O que inicialmente havia sido apresentado como problemas técnicos foi rapidamente explicado oficialmente: os aviões foram apreendidos “no contexto de uma disputa com uma empresa de leasing e um hedge fundo com sede em Nova York” (Airborne Capital). Os pagamentos de aluguel para esses quatro aviões teriam sido feitos no sábado – mas com até cinco dias de atraso.
O porta-voz da Flair Airlines, Mike Arnot, disse que os aviões em questão “não estavam operacionais” após “ações extremas e incomuns” do arrendador. “A companhia aérea está incomodada com esta ação sem precedentes”, acrescentou a mensagem, mas a Flair Airlines “continuará a envolver-se numa mediação consensual com o locador para remediar a situação”.
A Flair Airlines garantiu que todos os passageiros afetados receberiam um reembolso ou um voo alternativo se a sua partida fosse programada em 72 horas, inclusive noutras companhias aéreas às suas custas, é claro. A low cost afirmou ter três aviões “sobressalentes” no sábado para minimizar o impacto na sua rede.
Os aluguéis de corredor único atingiram cerca de US$ 200.000 por mês durante a pandemia de Covid-19, mas esse valor mais do que dobrou com a recuperação – e como a Flair e rivais como Lynx e Swoop expandiram as suas redes a uma velocidade vertiginosa, de acordo com um especialista local citado pelo “Global News”. O que evoca sobretudo uma provável “perda de confiança” nas low cost. Resta saber quanto tempo vão durar estas apreensões, e o impacto que terão num programa de verão já publicado.